10 Sequências Melhores que os Originais (ou pelo menos tão boas quanto)


Todo mundo ama listas. Seja para concordar ou (na maioria das vezes) abominar completamente, as listas têm um magnetismo inexplicável que atraem a atenção. Pode ser lista de qualquer coisa: desde as 10 melhores marcas de creme dental até os 50 melhores erros de gravação das novelas mexicanas da década de 80.
Eu também confesso que sou fã de listas, e nesta seção de nosso Pop Cine Mais vou postar sempre listas bacanas sobre o universo da cultura pop, feitas por mim ou por outras pessoas.
Vamos começar com as famigeradas sequências. Funciona assim: se um filme fez um sucesso estrondoso, os executivos engravatados de Hollywood, com cifrões nos olhos, logo engatilham uma continuação. Não importa se a história do filme se encerrou completamente ali, o que importa é que o público vai voltar para mais.
O fato é que algumas sequências realmente bombam - falaremos sobre estas outra hora - mas algumas deram certo, e não somente isso. Até ficaram melhores do que o filme original, ou tão boas quanto. A revista inglesa Total Film fez a lista com 50 filmes, dos quais eu escolhi 10 para postar aqui. Você pode criticar à vontade, ou elogiar, ou sugerir um filme que poderia estar incluído. Para ver a lista original (em inglês), clique AQUI

Eis os eleitos:

10. Uma Noite Alucinante (de Sam Raimi, 1987) - Antes de Homem-Aranha, Sam Raimi era um jovem diretor independente que em 1981 fez um pequeno filme de terror, Evil Dead - A Morte do Demônio, que se tornou cult e cativou um público sedento de bons filmes do gênero. Em 1987, Raimi refez o primeiro filme - isso nos primeiros 10 minutos de projeção - para depois mostrar o que acontece ao personagem de Bruce Campbell, Ash, agora que ele está por conta própria e enlouquecendo mais a cada minuto.
Porque é superior: The Evil Dead era um terrir, uma mistura de terror com comédia de humor negro. O segundo filme é uma comédia de grande plasticidade, enquanto Raimi utiliza sua maior experiência unida a um orçamento consideravelmente maior para levar o gênero a áreas novas, ainda mais insanas.

Hannibal: medo e Oscar
9. O Silêncio dos Inocentes (de Jonathan Demme, 1991) - Trata-se de uma sequência de Caçador de Assassinos, que Michael Mann fez em 1986, com novo elenco e equipe criativa. Mas este filme utiliza de um trunfo que o original não levou em conta: Hannibal Lecter atrás das grades, dando conselhos sobre um serial-killer que está à solta.
Porque é superior: Jonathan Demme favorece o horror gótico enquanto Mann optara por um thriller moderno, criando um bicho-papão assustador na figura do Hannibal de Anthony Hopkins, e varrendo todos os cinco prêmios principais no Oscar.

8. O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (de James Cameron, 1991) - John Connor pensa que sua mãe já cuidou do exterminador, mas espere aí! Estamos falando de viagem no tempo e a Skynet passou por uma atualização!
Porque é superior: James Cameron, que ainda vai aparecer nesta lista, supera o original não somente por fazer tudo maior, mas por confundir as expectativas - não apenas Scharza é o mocinho desta vez, como parece uma menininha diante da ameaça sombria e fatal do exterminador transmorfo T-1000.

Gollum: personagem revolucionário
7. O Senhor dos Anéis: As Duas Torres (de Peter Jackson, 2002) - Quando a jornada fica mais difícil, a Sociedade do Anel se divide em dois: uma metade encurralado no Abismo de Helm e a outra forçada a confiar em um guia suspeito.
Porque é superior: OK, podemos estar exagerando. Afinal de contas, a maioria das pessoas vê toda a trilogia como um único filme. Mas foi essa parte do meio - que traz a melhor batalha da saga e introduz um personagem pioneiro no uso de CGI, Gollum - que deu aos fãs verdadeira fé na habilidade de Peter Jackson.

6. O Despertar dos Mortos (de George A. Romero, 1978) - Na manhã seguinte à noite apocalíptica, os sobreviventes percebem que um shopping center é o lugar perfeito para se entrincheirar contra as hordas de zumbis.
Porque é superior: George A. Romero põe em primeiro plano os subtextos sociais do filme original para criar uma visão satírica de nosso frenesi consumista, provando - como ele faria na década de 80 em O Dia dos Mortos - que zumbis são o símbolo perfeito, não importa a era.

5. Batman - O Cavaleiro das Trevas (de Christopher Nolan, 2008) - O Coringa inicia um reinado de terror em Gotham City que ameaça pôr abaixo tudo pelo que lutaram o cavaleiro das trevas, Batman, e o cavaleiro da luz, Harvey Dent.
Porque é superior: Se Batman Begins trouxe hiperrealismo às histórias de origem de super-heróis, a sequência se coloca como um épico sobre crime, no qual o fato de os heróis falhos e os vilões psicóticos usarem fantasias é apenas um detalhe.

A Pixar acertou de novo. E de novo. E de novo.
4. Toy Story 2 (de John Lasseter, 1999) - Os papéis são invertidos, enquanto Buzz Lightyear deve salvar Woody quando este é sequestrado por um colecionador de brinquedos.
Porque é superior: O dilema de Woody - viver em um museu de brinquedos ou arriscar ser abandonado pelo dono Andy? - ganha ares de trauma existencial, enquanto o filme brinca brilhantemente com o original (o "segundo Buzz" é ideia de gênio). Melhor ainda, o núcleo emocional do filme estabelece as bases para o também excelente Toy Story 3.

Ripley arrebenta!
3. Aliens - O Resgate (de James Cameron, 1986) - No qual Cameron decide que Ripley (Sigourney Weaver) teve muita facilidade em lidar com um alien apenas, e decide soltar centenas dos assustadores insetos sobre a heroína.
Porque é superior: O clichê de que a sequência tem que ser maior ganha aqui sua mais elegante aplicação, quando Cameron não somente aumenta os riscos, como altera completamente o gênero em relação ao original: sai "casa mal-assombrada no espaço", e entra "Vietnã no espaço". Sensacional.

2. O Poderoso Chefão - Parte 2 (de Francis Ford Coppola, 1974) - É a sequência com um prelúdio, enquanto o ambicioso porém psicótico Michael Corleone começa a desandar tudo o que seu pai construiu do nada quando jovem.
Porque é superior: Coppola estava reticente em voltar à história do clã dos Corleone até que teve a ideia de uma trama com duas linhas temporais. O resultado é tanto uma crítica como uma continuação do original,  expandindo a história a proporções míticas.

"Luke, eu sou seu pai!"

1. O Império Contra-Ataca (de Irvin Kershner, 1980) - Quem é o papai? Financeiramente independente e ainda cheio da ambição da década de 70, George Lucas assume riscos imensos e estabelece o marco para as sequências dos tempos modernos.
Porque é superior: Colocar os rebeldes como refugiados transforma a sequência em uma história de resistência, de casos de amor forjados sob pressão, e heróis lutando por seus amigos - tudo isso apoiado por cenas e cenários não menos que espetaculares, desde o ataque do Império à base rebelde de Hoth, até o revelador e extraordinário duelo de sabres de luz do final. Impossível esquecer.

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