Dois filmes que você não viu, mas valem a pena conhecer

Recentemente, assisti a dois filmes sobre os quais ainda não ouvira falar, mas acabaram por ser uma grata surpresa. Vamos a eles:

A Informante (The Whistleblower, Alemanha/Canadá, 2010) - Um drama pesado e que passa longe dos finais felizes hollywoodianos, o filme de Larysa Kondracki merece (ou seria precisa?) ser descoberto pelo grande público. Isso porque lida com um tema que pode assustar os defensores ferrenhos da honestidade da ONU em suas instâncias mais próximas com o público, neste caso a missão das Nações Unidas na Bósnia do pós-guerra. Kathy (Rachel Weisz, simplesmente brilhante) é uma policial americana que aceita um trabalho na missão de manutenção da paz no país devastado pela guerra. Suas expectativas de ajudar a mudar o mundo e ainda ser bem paga se desmoronam quando ela se depara com a cruel e assustadora realidade de uma rede de tráfico de mulheres, que conta com o apoio e a liderança dos próprios membros da força de paz, funcionários de uma empresa de segurança terceirizada, dessas que atuam em países em conflito - contratadas pelo governo americano e pela ONU. Além disso, o filme mostra a própria ONU fingindo ignorância em relação ao assunto. Trata-se de um filme forte e atual, com muita relevância para a discussão de temas como as políticas de intervenção estrangeira em países em guerra. Realista e envolvente.

O Menino de Ouro (Foster, Inglaterra, 2011) - Este é um daqueles filmes feitos com o único propósito de causar aquela sensação agradável no espectador. A história é previsível e seu fim já fica quase inteiramente óbvio nos primeiros minutos de projeção, mas ainda assim ficamos interessados em ver o filme até o fim, especialmente por causa da linda atuação do menino Maurice Cole. O ator-mirim é Eli, um órfão que vive em um lar de adoção. O lugar é visitado por um casal que passou por uma terrível perda - vivido por Toni Collette (O Sexto Sentido e a série United States of Tara) e Ioan Gruffud (o Sr. Fantástico de Quarteto Fantástico) - e eles se candidatam como prováveis pais adotivos. Mas estranhamente, Eli aparece na porta do casal no dia seguinte, afirmando ter sido enviado pela administradora do lar de adoção. Eli é um menino graciosamente precoce: prefere as notícias da CNN a qualquer desenho animado, usa terno, gravata e chapéu como traje favorito, fala de assuntos de gente grande como se fosse um adulto e ainda assim é extremamente encantador. Não é preciso pensar muito, nem ser grande conhecedor de cinema para adivinhar que Eli irá mudar a vida do casal, ajudando a curar as feridas emocionais dos dois, colaborando para reerguer a falida fábrica de brinquedos do marido e levando alegria a todos que encontrar. Mesmo assim é impossível tirar o olho da tela, tamanho o controle que Maurice Cole tem do público. Dirigido por Jonathan Newman (que refilma seu curta homônimo de 2005), O Menino de Ouro é, sim, candidato-mor a reprises na Sessão da Tarde, mas a graça de seu protagonista é ainda capaz de provocar risos e lágrimas em alta velocidade.

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