Homem de Ferro 3

Sempre que a terceira parte de uma franquia é lançada, vem a preocupação de que o filme sofra da "síndrome de Robocop 3", isso só para citar um filme número três que se revelou uma verdadeira bomba. Acredite, existem muitos por aí. Em Homem de Ferro 3 (Iron Man 3, EUA, 2013) a questão é respondida, e o saldo é positivo, embora haja ressalvas.
Novamente no papel-título da aventura dos estúdios Marvel, Robert Downey Jr. mostra que ainda está em forma e incrivelmente à vontade como um Tony Stark cínico, mordaz, engraçado e com um senso de heroísmo cada vez mais apurado. A trama, inspirada no arco de histórias das HQs "Extremis", tem algumas reviravoltas bacanas e cenas de ação muito bem elaboradas, embora algumas situações pareçam um tanto forçadas e outras sejam simplesmente inexplicáveis.
Homem de Ferro 3 começa em 1999, quando Stark, um playboy inveterado, tem um affair com Maya Hansen (Rebeca Hall), uma cientista cuja pesquisa promete colaborar na regeneração de membros humanos perdidos. Corta para o presente, quando vemos um Stark diferente, mais maduro, apaixonado por Pepper Potts (Gwyneth Paltrow) e inteiramente dedicado a criar novas armaduras quase ininterruptamente, um reflexo dos eventos vividos por ele em Os Vingadores, quando descobriu a existência de seres alienígenas malignos e muitíssimo poderosos. A criação do maior número possível de armaduras é a maneira encontrada por ele para enfrentar as ameaças que vêm por aí, porque ele é só "um cara numa armadura", como o próprio Tony afirma. As ameaças realmente surgem, mas não do espaço, e sim na pessoa do Mandarim (Ben Kingsley, insanamente divertido), um terrorista com alto poder bélico, que desencadeia um fato decisivo para o andamento da história: a destruição da mansão do herói em Malibu, Califórnia - que já foi vislumbrada nos trailers. Depois disso, a caçada ao terrorista passa a ser o objetivo principal de Stark, e o herói segue em uma jornada que ainda envolverá o misterioso (e perigoso) cientista Aldrich Killian (Guy Pearce) e o encontro com um garoto abandonado pelo pai.
E é nesse ponto que o filme parece perder um pouco o rumo estabelecido pelos dois filmes anteriores: a presença de um menininho legalzinho e esperto, pronto a arrancar suspiros das espectadoras mais suscetíveis. Apesar de ser uma saída, no mínimo, duvidosa, a interação entre Tony e o garoto ainda é bem divertida. Isso porque o herói não se deixa enganar pela carinha de criança carente do menino. Aliás, a própria entrada do garoto em cena é algo sem explicação. Apenas mais um ponto no roteiro que carece de mais atenção. Há outros furos em cena que não podemos colocar aqui sem entregar momentos-chave da história (nada de spoilers neste blog!). Basta destacar que em determinadas situações, personagens que deveriam ter sido mortos - isso em uma abordagem realista e verossímil - simplesmente são poupados pelos vilões, sem razão aparente.
Afora esses momentos, Homem de Ferro 3 introduz bem a Fase Dois da Marvel nos cinemas, que ainda terá este ano Thor 2 - O Mundo Sombrio, este sim, essencial para o desenvolvimento do universo cósmico da editora.

Em tempo: a cena pós-créditos é engraçada, mas em nada acrescenta à narrativa, muito menos introduz algum elemento de filmes vindouros. Então, se você preferir, pode deixar para vê-la quando o filme for lançado em DVD.

Homem de Ferro 3 (2013) on IMDb

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

22 pessoas que se parecem com desenhos animados

Amazon Prime Video: vale a pena a assinatura?

Cobra Kai - Sem misericórdia, sequência de Karatê Kid é triunfo narrativo