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Mostrando postagens de janeiro, 2015

Caminhos da Floresta | Um musical para esquecer

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Quando penso em um musical, logo me vem à mente filmes inesquecíveis como Cantando na Chuva, Chicago, Moulin Rouge e Hair . Depois de ver Caminhos da Floresta  (Into the Woods, EUA, 2014), continuarei me lembrando só desses filmes. O filme de Rob Marshall (que fez Chicago ) é de uma chatice impossível de medir em uma resenha. Em um musical, não tem como não se avaliar como prioridade as canções apresentadas. Em Caminhos da Floresta , elas não emocionam, não trazem nenhuma melodia para sair assoviando do cinema, nem mesmo criam nenhuma empatia do público com os personagens. São completamente opacas. O elenco até que se esforça. Anna Kendrick como Cinderela é uma escolha inusitada, não pelo talento vocal - já demonstrado em A Escolha Perfeita -  mas por ser uma atriz que não parece reunir os atributos normais de uma princesa, especialmente uma da Disney. Mas nessa escolha o estúdio acertou. Se a Disney tem feito de tudo para recolocar suas princesas no século 21, optar por uma atriz

Whiplash: Em Busca da Perfeição | O triunfo de um cineasta

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Whiplash: Em Busca da Perfeição  (Whiplash, EUA, 2014) é um daqueles filmes para se ver no volume máximo, tanto para se apreciar a excelente música apresentada como para se impressionar ainda mais com as atuações dos atores principais. Miles Teller ( O Maravilhoso Agora ) e J. K. Simmons (o J.J. Jameson da primeira trilogia Homem-Aranha ) entregam o que pode ser a interpretação de uma vida, ao viverem dois dos antagonistas mais marcantes da década. Teller é Andrew, um jovem baterista talentoso que ingressa no prestigioso Conservatório Shaffer, uma das melhores escolas de música dos EUA, ambicionando tornar-se nada menos que uma nova lenda do jazz. Ele acaba sendo convidado pelo professor Fletcher (J.K. Simmons) para fazer parte de sua premiada Studio Band, como baterista reserva. Fletcher tem uma metodologia nada ortodoxa, que pretende estimular os alunos a ir além do que acham que podem. Para isso, ele recorre a humilhações públicas, gritos, xingamentos e até espancamentos. Segundo

Birdman (ou A Inesperada Virtude da Ignorância)

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Fazia muito tempo desde que Michael Keaton protagonizava um filme. Para seu (e nosso) alívio, foi com Birdman , sob a direção de Alejandro González Inãrritu ( 21 Gramas, Amores Brutos, Babel ). Com um elenco cheio de estrelas e um roteiro esperto e repleto de nuances, Birdman  acabou se tornando uma surpresa, agradando a crítica e ganhando um mar de prêmios por onde passou - já são 123 prêmios, segundo o IMDB. A coroação de sua trajetória foi no último dia 15, quando foram anunciados os indicados ao Oscar 2015: Birdman  obteve 9 indicações, incluindo Melhor Filme, Diretor e Ator. Tanto barulho não é sem motivo. O que Gravidade  fez ano passado pela ficção científica, Birdman  faz com as comédias dramáticas. É um renovo, uma maneira ousada e original de contar uma história, além de ser a prova de que Iñarritu é capaz de fazer um filme seguindo uma linha narrativa diferente de seus filmes mais conhecidos. Riggan Thomson (Michael Keaton), o ator decadente que nunca conseguiu se des

O Abutre | Jake Gyllenhaal no papel de sua vida

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Lou Bloom é um perdedor. Vive pela noite de Los Angeles, realizando pequenos golpes, roubando fios de cobre e tampas de esgoto e vendendo tudo o que consegue no mercado negro, tudo para sobreviver. Isso até o momento em que se depara com um cinegrafista freelancer, que percorre a cidade em busca de acidentes, vítimas de assassinato e incêndios para filmar e repassar às emissoras locais que pagarem melhor pelas imagens. Bloom decide, então, entrar para o ramo, mesmo sem nenhuma experiência, e começa a mudar sua vida. Suas ações, entretanto, refletem sua falta de escrúpulos; ele é capaz de absolutamente tudo para conseguir o melhor ângulo da melhor história, uma que valha sempre mais dinheiro. O Abutre  (Nightcrawler, EUA, 2014), estreia na direção do roteirista Dan Gilroy ( Gigantes de Aço, O Legado Bourne ), é um verdadeiro achado, mesmo em um ano excelente para o cinema. A construção do personagem principal é bem simples: não sabemos nada sobre o contexto familiar de Lou Bloom. O